Tendo como símbolo o encontro dos rios Capibaribe e o Paraguaçu, o projeto Sintonizando Recife tem o anseio de fazer da idéia pernambucana uma realidade entre a população do Recôncavo Baiano. O Manguebeat, movimento surgido nos anos 90 em Recife-PE, aponta para uma nova política de representação, onde se negociam espaços através de processos de desencaixe. As práticas que farão deste projeto uma ação efetiva envolvem, de modo geral, mesas-redondas, palestras e mostras artísticas que despertam o cidadão comum para a missão de aprimorar o bem-estar coletivo.
Essa estratégia possibilita o questionamento de metanarrativas e, através da desidentificação, propõe novas maneiras de articular identidades periféricas. A partir dessa idéia, deslocando o cenário para o Recôncavo Baiano, é possível realizar uma série de interferências que virão a ter grande contribuição no modo de pensar e agir dos cidadãos baianos insatisfeitos com a posição político-social que são submetidos.
Com o processo de mundilização da cultura uma série de identidades é perdida em meio às inferências de um sistema neoliberal que imprime sobre toda expressão popular o rótulo de um mero produto. O reducionismo da cultura é a motivação maior para que movimentos como o Manguebeat reajam através de iniciativas contra-hegemônicas e práticas de ações coletivas, como mobilizações de rua e ocupação, atividades de convencimento, participação em Conselhos, de modo elaborado, estratégico, compreensivo e esclarecido.
Dessa forma, incentivar ações conjuntas de parte da sociedade do Recôncavo Baiano – setores, grupos, classes – na defesa de interesses coletivos de diferentes dimensões sociais, é o alvo fundamental do Sintonizando Recife.
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